Li um texto de João Gilberto Noll - "A experiência da ficção" - no Caderno de Cultura do Jornal Zero Hora, do dia 02/10. Andei a semana toda com o texto para cima e para baixo. Lendo e relendo. Nesse texto ele fala sobre o seu processo de escrita. Ok. Ele vai muito além, fala da paisagem que a alma enxerga quando pega o trem da linguagem poética. As vezes nem importa o destino, o enredo, o final. Mas os veios, as lavras abertas pela palavra até o leitor.
“(...) o que transparece na linguagem é engendrado nas sombras do inconsciente, qual uma usina subterrânea que só saberá de sí no calor de uma sintaxe expressa no vazio do branco.”
“Quando pousamos os olhos num relato ficcional de respiração poética sentimos a força do estranhamento. Nesse tom não é a vida bruta que captamos, mas uma linguagem transfigurada, a insinuar que o que perdemos da transparência do mundo se trata justamente do ganho maior da leitura. Por quê? Porque nessa linha de leitura aderimos aos pontos que costumamos evitar na vida regradamente social, unívoca - , um espaço alheio à linguagem extraída das lacunas do inconsciente, esse território geralmente inútil aos ouvidos do cotidiano.”
“Quando pousamos os olhos num relato ficcional de respiração poética sentimos a força do estranhamento. Nesse tom não é a vida bruta que captamos, mas uma linguagem transfigurada, a insinuar que o que perdemos da transparência do mundo se trata justamente do ganho maior da leitura. Por quê? Porque nessa linha de leitura aderimos aos pontos que costumamos evitar na vida regradamente social, unívoca - , um espaço alheio à linguagem extraída das lacunas do inconsciente, esse território geralmente inútil aos ouvidos do cotidiano.”
O inconsciente e suas lacunas ( onde se manifestam a racionalidade ) certamente são o mosaico da criação artística em qualquer das suas manifestações.
ResponderExcluirO autor, Noll, entra, pelos comentários do seu blog, na minha agenda de leituras.