Educação para o Encantamento

Você quer conhecer o trabalho de alguém que foge do olhar óbvio sobre tudo? Dê uma olhada no site do escritor e jornalista Márcio Vassallo. Ele escreve periodicamente uma coluna chamada "Educação para o Encantamento". É possível postar uma pergunta a respeito do assunto e aguardar a resposta do Márcio. Vale a pena ler todas as encantadores respostas para perguntas de gente conhecida e de outras nem tanto. Tem uma pergunta minha lá. Mas já estou com vontade de fazer outra. Ah! E com a literatura do Márcio então, é impossível ficar indiferente.
Fica difícil eleger um livro para falar. Não são histórias que puxam o olhar para o horizonte do final, do desfecho. São histórias que convidam o leitor a se debruçar nas janelas que o texto abre.
"Só quem chegava perto da Valentina é que via que a princesa tinha orelha de abano para escutar cochicho de nuvem e perna comprida pra pular pensamento. O riso da Valentina esparramava pelo rosto que nem gato preguiçoso. E ela também tinha uns óculos espichados, que ficavam ali, na frente dos olhos, feito guarda-sóis transparentes." (Valentina, Global, 2007)

Site do Leia Brasil

O Leia Brasil é a principal Organização não governamental de leitura do Brasil. Abaixo, postei minha entrevista para o site, mas vale a pena dar uma olhada em todo o riquíssimo material disponibilizado on line, inclusive formação de mediadores de leitura.O Leia Brasil atua há dezoito anos, e, é uma organização pioneira na questão do pensar a importância da leitura não apenas na escola, mas em todos os segmentos da sociedade.

Elaine Pasquali Cavion parabeniza

Elaine Pasquali Cavion - professora, escritora, integrante do Programa Permanente de Estímulo à Leitura – Secretaria Municipal da Cultura de Caxias do Sul – RS - parabeniza o Leia Brasil pelo seu novo site e fala da descoberta do seu encantamento pela leitura.

Parabenizo o Leia Brasil, pela iniciativa de lançar um site para formação continuada de professores. As Novas Tecnologias de Comunicação e Informação (TICs), fazem parte da nossa vida e são ferramentas importantes para as vivências leitoras. Essas vivências que vão nos (re)construindo todos os dias. Ler, viver. Viver e ler.

Já começo assim, a falar do meu encantamento pela leitura, que começou lá pelos idos de 1995, quando aconteceram os primeiros Seminários de Leitura-PROLER, aqui em Caxias do Sul. Desde então são quatorze anos dedicados ao trabalho com o livro e a leitura. Inicialmente como Professora e contadora de histórias, atuando em biblioteca escolar, buscando alternativas para uma mediação livro-leitor realmente significativa, de visível polifonia entre o texto escrito e aquele outro que se escrevia no entorno das leituras, narrações de histórias e brilho nos olhos. Nessa época, o site do Leia Brasil era, para mim, referência, através da disponibilização de textos e artigos dos autores que há muito pensam as questões de leitura nesse país.

A partir de 2006, passei a integrar a equipe do Programa Permanente de Estímulo à Leitura da Secretaria Municipal da Cultura de Caxias do Sul, contemplado nesse ano com o prêmio FNLIJ-Petrobrás – Os melhores programas de incentivo à leitura para crianças e jovens de todo o país. Também ministro cursos de Formação de Mediadores de Leitura e recentemente estive na coordenação e implantação de um amplo Projeto de Dinamização de Biblioteca do Colégio da Rede La Salle-Caxias do Sul.

O que percebo através da realização desses - e outros tantos – projetos, é a tomada de consciência a respeito da questão da leitura, mas não apenas aquela consciência rasa do “é importante ler para…”, mas uma consciência aliada à sensibilidade onde a leitura começa a fazer parte da construção do ser, desvinculando-se de seu sentido utilitarista, tampouco puramente hedonista. É a consciência de que a leitura humaniza.

Não posso deixar de falar também que nessa minha trajetória de encantamentos com a leitura, nunca esteve entre as minhas aspirações o escrever. Mas para minha própria surpresa, depois de muito ler e contar histórias, a vontade do escrever, veio e foi se instalando. E como fruto dessa vontade alicerçada no terreno dos contos, lancei neste ano , meu primeiro livro, o “Formigas” (Ed. Paulus). Pois é, trabalhar com leitura, escrever, se deliciar com folhas cheias de palavras. É mesmo coisa de formigas.

Parabéns ao Leia Brasil pelo pioneirismo e vanguarda e por fazer parte da vida de todos os que acham que ler, como viver, é preciso.

Ainda sobre o curso no Instituto Bruno Segalla

Terminou ontem (03/08) a primeira edição do curso de narração de histórias no Instituto Bruno Segalla.

O último encontro tratava justamente da busca e apresentação do repertório pessoal do contador de histórias. As histórias dizem muito sobre quem as conta, pois um dos princípios básicos dessa arte é gostar da história a ser contada. Assim, o texto cresce na voz do contador. E as vozes dos contadores de histórias cresceram e apareceram no fechamento do curso.Quando os participantes apresentaram as histórias escolhidas; foram momentos de riso, de emoção, de olho bem aberto e alma entregue para as histórias africanas, causos gauchescos, contos de encantamento, contos de animais, folclóricos, autorais e etc. Histórias que “colaram” em quem as contava, mostrando que cada um viveu de modo único o texto que de agora em diante poderia chamar de “seu”.

É isso. Que cada vez mais pessoas descubram o quanto contar histórias mobiliza a sensibilidade de quem conta e de quem ouve. Parabéns para toda a turma e para o Instituto Bruno Segalla, que promoveu o curso.